O mercado de câmeras está experimentando um notável crescimento, em parte impulsionado pela crescente demanda na China, de acordo com os resultados das remessas de câmeras digitais compilados pela Camera and Imaging Products Association (CIPA), revelando que o valor dos embarques para a China no primeiro semestre de 2023 ultrapassou o das regiões da Europa e das Américas. Esse fenômeno ocorre em um contexto em que as restrições relacionadas à crise do COVID19 estão sendo flexibilizadas, o que tem contribuído para o desempenho positivo das empresas do setor de câmeras, tanto no Japão quanto no exterior.
De acordo com a CIPA, o valor total das remessas de câmeras digitais no primeiro semestre de 2023 aumentou 12,6% em relação ao ano anterior, totalizando 10,5 bilhões de Reais. Desse montante, as exportações para mercados externos, exceto o Japão, cresceram 11,4% em relação ao ano anterior, alcançando 9,5 bilhões de Reais.
Em particular, destaca-se a recuperação da demanda na China. Parece que também há uma reação em relação ao primeiro semestre de 2022, quando houve restrições de saída devido ao lockdown (bloqueio da cidade). O valor das remessas para a China aumentou 33,9% em relação ao ano anterior, totalizando 2,8 bilhões de Reais, e o volume de remessas cresceu 26,7%, chegando a 710.000 unidades. No primeiro semestre de 2011, houve meses em que a China superou as Américas em volume de embarques.
A flexibilização das restrições, não apenas no Japão, mas também no exterior, tornou-se um vento favorável para o desempenho das empresas nacionais de câmeras. As vendas nacionais e internacionais de câmeras digitais da Fujifilm Holdings (HD) aumentaram mais de 60% em relação ao mesmo período do ano anterior, conforme declarou o presidente Teiichi Goto. Nas perspectivas para o ano fiscal que se encerra em março de 2022, as vendas e os rendimentos operacionais do negócio de imagem foram revisados para cima.
A Nikon também revisou para cima sua previsão de lucros consolidados para o ano fiscal que termina em março de 2024, em resposta às fortes vendas de câmeras sem espelho. O Diretor e Diretor Executivo Sênior, Yoshiaki Tokunari, afirmou: “O mercado chinês é a força motriz”, e acrescentou: “O mercado geral de câmeras, que são itens de luxo, está crescendo”.
O Grupo Sony também se pronunciou: “O mercado de câmeras está indo muito bem”, disse o presidente Hiroki Totoki. As vendas na China e na Ásia são particularmente robustas. No entanto, há preocupações com a desaceleração econômica, especialmente na Europa e nos Estados Unidos, no negócio de hardware. Quanto à recessão econômica na China, o Presidente Totoki disse: “As TVs e os smartphones serão provavelmente afetados”.
As vendas de câmeras Canon também estão em alta. No segmento de imagem, que engloba câmeras sem espelho para consumidores em geral e câmeras de vigilância, a taxa de crescimento das vendas no período de janeiro a junho foi de 13,5% em relação ao ano anterior no Japão e 15,1% nos mercados externos. Espera-se que o lançamento da “EOS R100”, em junho, contribua para a ampliação da base de usuários de câmeras. O diretor executivo sênior, Minoru Asada, comentou: “Realizaremos ativamente atividades de promoção de vendas enquanto avaliamos as condições do mercado”.
Com o aumento das oportunidades de viagens, espera-se um crescimento na demanda por câmeras frequentemente utilizadas no exterior. No entanto, permanece a preocupação de que a queda no consumo pessoal, devido à desaceleração econômica no Japão e no exterior, possa afetar a demanda por câmeras. A fim de evitar o risco de excesso de estoque, cada fabricante parece estar obrigado a avaliar a oferta e a procura.
