Fiquei perplexo quando li no twitter do Fantastico “Repórter cinematográfico começou a estudar a câmera para a aurora boreal 5 meses antes da viagem”e pensei 5 MESES !?!?!?!?!? Por um trabalho daqueles… se fosse parecido com o trabalho realizado pelo norueguês Terje Sorgjerdplus, que publiquei aqui em março.
Segue a notícia completa do link do Twitter, onde se percebe que não passaram esse tempo todo tentando saber como fazer o timelapse:
“O episódio do Planeta Extremo do último domingo sobre a aurora boreal levantou uma questão: qual câmera foi usada pela equipe para conseguir imagens tão impressionantes? O repórter cinematográfico Fábio Brandão revela que foi utilizada uma câmera fotográfica de alta resolução, através da técnica conhecida como time-lapse, que são fotos tiradas em sequência com um pequeno intervalo entre elas.
Tudo começou cerca de cinco meses antes da viagem da equipe para a Noruega atrás da aurora boreal. “Eu entrei em contato com Kjetil Skogli, que aparece no programa. Ele é o fotógrafo de aurora boreal mais premiado do mundo. Ele é específico de aurora e vive disso”, revela o repórter cinematográfico.
Foi numa troca intensa de e-mails que o norueguês explicou que só era possível capturar imagens em vídeo do fenômeno utilizando fotografias seqüenciais. “A gente estava com um aparelho acoplado na câmera que programava um intervalo. Por exemplo, para bater uma foto de oito em oito segundos, ela bate seis segundos, dá dois segundos de intervalo e bate outra. Cada tomada tinha entre 35 e 40 fotos. Teve alguns que tiveram mais. Outros que tiveram menos”, afirma Fábio.
Mas, afinal, por que não era possível utilizar uma câmera de vídeo para filmar a aurora? Fábio explica que as câmeras que existem hoje não conseguem capturar toda a luz do fenômeno e que, por isso, utilizaram uma fotográfica. “O Kjetil Skogli me passou o segredo. Todas as fotos que a gente viu estavam em alta exposição. Você programa a máquina para deixar o diafragma dela aberto por um determinado espaço de tempo. E isso aumenta a intensidade de luz na captação total”, declara.
Na caça pela aurora boreal, a equipe procurava sempre se afastar dos centros urbanos para poder capturar com maior intensidade a iluminação do fenômeno: “Você tem que achar um ponto que seja ideal de acordo com a intensidade de luz de onde você estiver, porque os melhores lugares para você avistar a aurora são lugares distantes da cidade, porque fica mais escuro. É como você olhar para o céu estrelado. Onde você vê melhor o céu estrelado? No interior, onde não tem a luz da cidade. A aurora funciona dessa forma. Você vai para um lugar escuro e fica contemplando. Então, isso tudo você tem que dosar: o tempo de exposição, com a intensidade de luz local e com a intensidade do fenômeno”, explica Fábio Brandão.
Mas, em determinado momento, o repórter Ari Júnior conseguiu gravar em vídeo uma imagem de grande valor da aurora. Foi a melhor imagem de aurora boreal já capturada em vídeo, segundo o especialista Kjetil Skogli, como conta Fábio Brandão: “O Ari conseguiu fazer a aurora na câmera. Ele simulou na câmera de vídeo uma alta exposição de fotografia. Ele deu o ganho máximo na câmera. A câmera de vídeo funcionava como uma câmera fotográfica. Ela capturava uma imagem fixa por três segundos, depois capturava outra. Era como uma foto seguida da outra, só que capturada por uma filmadora. Por isso, o vídeo não casava com áudio. Era como se você estivesse batendo várias fotos. O que se sabe é que o material que o Ari conseguiu fazer é o que a gente conseguiu de melhor em vídeo até hoje. Claro que a gente não conseguiria sustentar o programa com a imagem daquela forma, mas o valor dela é muito grande por conta disso”.
O repórter cinematográfico revela ainda que esta foi uma das maiores experiências profissionais que já viveu e rasga elogios ao companheiro de equipe Ari Júnior: “Foi um aprendizado incrível, uma experiência para a minha vida, um orgulho mesmo de ter tido essa missão. Trabalhar com o Ari é como jogar no Santos, de Pelé. Ele te incentiva, te empurra pra cima, além de ser um cara humilde, maravilhoso, um gênio. Eu acho que sou um profissional muito melhor hoje do que era antes de trabalhar no Planeta Extremo, em todos os sentidos de experiência de vida e experiência profissional”.”
Fonte:http://fantastico.globo.com
Camera: Canon 5D
Lentes usadas no Time lapse : Nikon 20mm, ISO a 800 com exposição de 13 segundos.
Amigo Helder,
em nota, foram cinco meses de produção dos 4 episodios. Os testes para a gravação com a 5D começaram em dezembro. O episódio foi gravado em janeiro. Os e-mails prelimanares com o Kjetil Skogli serviram como base de estudo. E mais, uma coisa é vc viver de fotografar isso, outra coisa é vc ter que aprender uma técnica específica de uma hora pra outra. E mais: foi a primeira vez que uma TV brasileira fez esse tipo de linguagem, uma coisa nova pra TV aberta, principalmente TV Globo. Estamos começando aos poucos a implementar novas linguagens. Mas realmente vc achou ruim o trabalho?
abs
Oi Fábio . Não achei ruim, acho que está bom mesmo, visto que se trata de uma equipe brasileira e que não sabia o que ia encontrar pela frente, nem está acostumada a essas condições atmosféricas.
Ontem quando li no avião ;”Repórter cinematográfico começou a estudar a câmera para a aurora boreal 5 meses antes da viagem.”
Fiquei de boca aberta, fiz o retweet e seguidamente comentei como se pode passar 5 meses para aprender a fazer um timelapse.
Hoje lendo a matéria vi como foi o processo (por isso coloquei todo o texto) e achei interessante fazer aqui um artigo sobre, alterando o título que tinha em mente falando dos 5 meses para o destaque da câmera utilizada.
Abraço
Eu achei o trabalho maravilhoso. Principalmente quando vi em HD na tv de casa. Pra mim a diferenca entre o trabalho dessa equipe ai pro outro video foi o tempo de preparo. O norugues mora por la, tem oportunidade de procurar os melhores locais, com os melhores angulos, nas melhores condicoes, enfim, circunstancias diferentes. Achei legal demais o resultado.
Eu assisti quando a materia passou. Estranhei a qualidade do vídeo. Eram imagens que não seguiam uma sequencia fluida. Concordo que devido às circunstancias foi o que deu. E também estava acostumado aos vídeos que estão na internet: Vimeo, por exemplo. A experiência, a questão do pioneirismo e audácia etc eu dou 10. Mas as imagens para demonstrar o fenômeno eu, pessoalmente, dou 6.