Muito se fala dele ultimamente de LUTs, sobretudo depois da chegada da Sony A7s, com o S-Log 2 e as cameras EOS Cinema da Canon com seu C-Log. Por esse motivo trago aqui o teixo escrito por Richard Lackey.
O que é um LUT? De todas as terminologias enigmáticas e siglas que lidamos, o “LUT” é a mais comumente mal interpretada.
Um LUT ou “Lookup Table” é na verdade um dispositivo muito simples usado para transformar os valores de entrada RGB em diferentes valores de saída RGB.
LUTs são muitas vezes utilizados tecnicamente para transferir dados de imagem de um espaço de cor para outro. LUTs também são utilizados para descrever e aplicar modificações de cores personalizadas que muitas vezes nos referimos como “Look” quando se trata de correção de cores. Um LUT personalizado pode ser usado no set para se pré-visualizar um “look” desejado ou uma correção diretamente em um monitor de câmera ao vivo.
Existem 1D e 3D LUTs, a diferença é que 1D LUT só se aplica a um único canal de cor enquanto que um LUT 3D é uma matriz em forma de cubo para todos os três canais de cores, com todas e quaisquer combinações.
Estaremos nos referindo a LUTs 3D a partir de agora, uma vez que este é o tipo mais comum e é na maioria das vezes o que se entende quando o termo “LUT” é empregado.
Antes de prosseguir, é importante também compreender o que se entende por espaço de cor.
Espaços de Cor, Modelos de Cor e Mapeamento
Um espaço de cor é uma organização específica das cores, muitas vezes definida pelas limitações de um dispositivo especial, tal como um dispositivo de exibição, ou dispositivo de aquisição de imagem. Pode ser um padrão da indústria definido pelas capacidades e limitações da cadeia de processamento da imagem como um todo.
O que comumente nos referimos como um “espaço de cores”, contudo, não é apenas uma organização arbitrária das cores ; ele se refere a um modelo de cores especial e uma função de mapeamento em referência a um espaço de cor absoluto.
Um espaço de cor absoluto de referencia inclui todo o espectro de cores visíveis contra o qual um modelo de cor particular e função de mapeamento terá uma impressão, conhecida como “gama”. Quanto maior a gama, maior o numero de cores do espectro que serão possíveis de serem representadas nesse espaço de cor.
Um LUT pode ser utilizado para transferir os dados da imagem de um espaço de cor para outro, através da re-alocação dos valores do espaço de cor fonte para os corretos valores no espaço de cor de destino.
Mapear e transformar os valores RGB
Quer se trate de LUTs ou espaços de cor, espero que você tenha notado uma coisa em comum em tudo isso até agora: estamos essencialmente lidando com a mesma coisa que seja mapear ou transformar valores RGB.
Um LUT 3D conteria uma grande quantidade de dados se tivesse todas as combinações correspondentes de entrada e saída para cada conjunto de coordenadas, ao invés disso, emprega-se um número fixo de pontos de coordenadas, normalmente 17 x 17 x 17 com outros pontos interpolados entre eles.
Essencialmente, um LUT é nada mais do que uma tabela de referência que especifica um valor RGB de saída para um dado valor de entrada RGB. Claro, se você cavar mais fundo ficará mais complicado, mas esta compreensão básica da sua função irá prepará-lo para usar corretamente LUTs em seu fluxo de trabalho, no set ou na pós.