Universidade de Aveiro com a colaboração da Universidade de Pernambuco desenvolve LED cuja luz se assemelha à emitida pelo sol

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Portugal é um país de investigadores, apesar de às vezes existir pouco reconhecimento, principalmente a Universidade de Aveiro que varios anos foi considerada a melhor universidade de telecomunicações do mundo.
Uma equipa de investigação da Universidade de Aveiro (UA) em parceria com a Humboldt-Universität (Alemanha), Universidade Federal de Pernambuco (Brasil) e Chinese Academy of Science, State Key Laboratory of Luminescence & Applications (China), desenvolveram um novo LED com melhor qualidade de luz branca, melhor índice de reprodução e temperatura de cor e estabilidade e brilho constante, anunciou hoje fonte acadêmica.

Publicado hoje pela revista científica Nature Communications o trabalho dos investigadores de Aveiro resulta num LED cuja luz se assemelha à emitida pelo sol, sem necessidade do habitual recurso a filtros, para a tornar mais acolhedora e para que não interfira com a perceção das cores do ambiente em redor.
Outro facto destacado é que o novo LED foi desenvolvido com materiais não tóxicos e abundantes na Natureza, o que potencia a redução dos custos de fabrico e, consequentemente, de venda.
“Para criarmos este LED foi desenvolvido um novo material, formado por partículas de dimensões nanométricas [um milhões de vezes mais pequenas do que o milímetro] constituídas por uma parte orgânica, baseada em ácidos carboxílicos, e uma outra parte inorgânica, feita por um mineral à base de alumínio”, revelou Rute Ferreira, investigadora do Departamento de Física da UA e coordenadora do estudo.
As partículas foram depois depositadas na superfície de um LED comercial que emite luz ultravioleta, luz que o LED criado em Aveiro absorve e converte em luz branca com elevado brilho.
Os LED da Universidade de Aveiro não foram apenas desenvolvidos a pensar no conforto que o respetivo uso na iluminação, quer interior, quer exterior, pode proporcionar aos olhos, mas também com a preocupação de poderem ser produzidos com matéria-prima de baixo custo e não tóxica.

“Sendo os LED uma alternativa às fontes de iluminação convencionais, energeticamente mais favorável e ambientalmente mais sustentável, espera-se que venham a dominar nas próximas décadas a indústria de iluminação”, apontou Rute Ferreira, prevendo no futuro o uso massivo de uma tecnologia que deu este ano o Prémio Nobel da Física a Isamu Akasaki, Hiroshi Amano e Shuji Nakamura pela invenção dos LED emissores de luz azul.
O grupo de híbridos funcionais orgânicos-inorgânicos da academia de Aveiro desenvolveu agora LED brancos com materiais baratos e amigos do ambiente.
A ‘receita’ dos novos LEDs, desvendada hoje pela equipa de Rute Ferreira, Xue Bai e Vânia Feitas, dos departamentos de Física e Química e do Centro de Investigação em Materiais Cerâmicos e Compósitos da UA, passa pela utilização de um material que “é produzido com matéria-prima barata, não tóxica e que pode ser encontrada na natureza em minérios, como a bauxite, que tem uma produção anual elevada de 200 milhões de toneladas”.
Desejáveis do ponto de vista industrial e ambiental, essas características contrastam com os atuais LED brancos comerciais, que contêm iões lantanídeos com custo de produção elevado e cuja toxidade implica “uma purificação química e reciclagem extremamente complexas”.

Fonte: EmpresasHoje

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